Rubens Silva

Contos, Crônica e Poesias - Histórias de amor!

Meu Diário
07/02/2010 23h49
É aí que nos estrepamos

          Sabe! Às vezes esqueço que tenho este espaço para me manifestar. É mais uma tribuna que posso usar para gritar! Para desabafar. Esqueço completamente, pois a última vez que aqui escrevi foi em 20 de maio de 2009. Faz tempo. Mas prometo que vou tentar preencher este vazio. Ficamos remoendo mágoas, sentimentos e dores e, dizer isso de forma escrita alivia. Espero me aliviar um pouco hoje.
         Hoje senti raiva de mim mesmo. De persistir na burrice. Sabem! Uma vez me disseram que eu ia me arrepender de certas coisas que estava cometendo. Que o tempo ia passar e que eu ia sofrer. Ia sofrer porque todos ficam velhos um dia. Comigo não ia ser diferente e não está sendo diferente. A gente pensa que está fazendo as coisas de forma certa, mas no nosso ponto de vista. As outras pessoas têm, muitas vezes, uma visão melhor que a nossa. Mas não queremos acreditar, por orgulho ou vaidade não sei, não damos o braço a torcer e acabamos pagando para ver. É aí que nos estrepamos.
         Por que não damos ouvidos aos nossos pais, irmãos, amigos mais velhos mais experientes sobre aspectos de nossa vida? Por quê? Tenho poucas coisas de que me arrepender. Mas tenho. Não posso negar. Mas tenho que superar. Minha preocupação sempre foi ajudar aqueles que estão ao meu redor. Quando não consigo fico muito triste. Choro! Como estou chorando agora. Nunca paguei imposto para chorar. Talvez o choro seja uma forma de descarregar as tensões. Depois que se chora parece que sentimos um alivio. Isso acontece comigo.
          Minha vida sempre foi de renúncias em favor dos outros. Em favor de ex-esposa, de esposa atual, de filhos, de amigos, de parentes. Os meus desejos os meus sonhos foram sempre protelados, comecei estudar inúmeras vezes, fiz uns quatro ou cinco vestibulares, nunca consegui terminar curso nenhum. Agora estou decidido a concluir o curso de graduação em Letras. Continuo alimentando sonhos. Empurrando-os com a barriga. Brigando. Chorando. Arrastando-me. Mas, desta vez estou decidido a levar até o fim, custe o que custar. Tento transmitir esta experiência para meus filhos. Espero que eles não sejam fracassados. Que a vida possa lhes sorrir melhor do que para mim.
          Não pensem que vou dizer exatamente o que me fez escrever isso. Só estou escrevendo esse texto para desabafar. Para poder me tranqüilizar. Mas que é difícil envelhecer é. Talvez hoje eu esteja experimentando o que meu pai sentia quando não dávamos muita importância para o que ele dizia. Que pena que só agora eu esteja percebendo isso! E, daqui bem pouco tempo eles vão estar sentindo a mesma coisa! Por que não deram ouvidos a mim. Por que não entenderam as minhas orientações? Tomara que para eles também não seja motivo de lamentação.


Publicado por Rubens Silva em 07/02/2010 às 23h49

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